Um dos pilares do Synapse é o planejamento por objetivo de aprendizagem, de maneira que cada professor(a) seleciona um objetivo da Matriz de Objetivos Synapse e planeja quinzenalmente como vai conduzir as atividades. Assim, de maneira encadeada e contextualizada, o(a) professor(a) consegue explorar ao máximo os recursos audiovisuais disponíveis.

Para facilitar o aprendizado dos(as) alunos(as) que, no Synapse estão no centro do processo de aprendizagem, o(a) professor(a) utiliza o contexto de vida em que o aluno está inserido somado aos recursos que estão ao seu alcance para trabalhar as habilidades e competências de Língua Portuguesa e Matemática do ciclo de alfabetização dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esta estratégia possibilita também que o(a) professor(a) acompanhe o desempenho dos alunos em relação à apreensão do conteúdo que está sendo trabalhado, o que lhe permite avançar ou retroagir, em função desta observação.

O início do desenvolvimento desta Tecnologia Social foi em 2010 e se estendeu até o final de 2015, quando foi gerada a primeira versão eficaz e reaplicável do Synapse composta por Caderno Pedagógico, Plano de Aula, Plataforma Digital e recursos lúdicos para uso em sala de aula (Materiais de Apoio Pedagógico – MAP). Todo este processo foi conduzido de maneira participativa, envolvendo a equipe do IPTI e um grupo de professores de escolas municipais de Santa Luzia do Itanhy.

No final de 2015, uma parceria entre o IPTI e a Secretaria de Estado da Educação de Sergipe (SEED) possibilitou uma experiência de escalabilidade com a reaplicação do Synapse em todas as escolas municipais e estaduais de 13 municípios da região do Baixo São Francisco, no norte do estado. A eficácia desse modelo assegurou que, em 2018, o Synapse contasse com a participação de 300 professores e 6.500 alunos beneficiados, em mais de 110 escolas públicas e, o mais importante, que o projeto tivesse continuidade em 2019, mesmo sem apoio externo.

Em agosto de 2019, iniciamos a primeira experiência de reaplicação num município de outro estado brasileiro, em Bacabeira, no Maranhão. O projeto, que teve a duração de 20 meses envolveu inicialmente 60 professores, cinco coordenadores pedagógicos e 25 gestores escolares de 15 escolas, beneficiando 984 alunos.

De 2019 a 2023, a metodologia atravessou novas fronteiras e hoje está presente em 38 municípios de 6 Estados brasileiros (SE, MA, MG, CE, PB e PA) tendo formado 1.918 professores e 41.700 alunos impactados.

Componentes da metodologia  Synapse:

• Caderno Pedagógico de apoio ao professor;
• Plano de Aula para apoio ao planejamento das aulas do professor, com foco nos objetivos pedagógicos da Matriz Synapse.

A tecnologia social Synapse Educação Infantil (Synapse EI) é uma ramificação da TS Synapse (voltada para a alfabetização) com uma metodologia específica para o público da educação infantil. Ambas colocam a criança/aluno(a) no centro do processo de aprendizagem, tendo como ponto de partida o desenvolvimento profissional dos(as) professores(as), criando, assim, uma Rede de Professores(as) capacitados(as).

Durante o experimento do Synapse nos municípios, ficou evidente que as práticas pedagógicas promotoras das aprendizagens a serem trabalhadas em sala de aula deveriam abordar não apenas os aspectos cognitivos, mas também os aspectos relacionados às habilidades não cognitivas, como a atenção, perseverança, criatividade, sociabilidade e o controle de impulsos. Este tipo de habilidade direciona o desenvolvimento de competências para o enfrentamento dos desafios relacionados ao cotidiano escolar, às relações sociais e culturais. Ao longo desse experimento, os(as) professores(as) participantes do Synapse relataram que os(as) alunos(as) chegaram ao primeiro ano do Ensino Fundamental com graves problemas de aprendizagem, incluindo questões motoras, socioemocionais e cognitivas.

Além disso, foram levados em consideração os estudos do economista estadunidense James Heckman, o qual afirma que, para reduzir os custos sociais, os atrasos no desenvolvimento da criança e melhorar o desempenho dos(as) alunos(as) nos anos iniciais do Ensino Fundamental, é crucial investir na Educação Infantil.

Sob esta perspectiva, durante o período de 2018 a 2021, em um processo de construção participativa, o Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação – IPTI, em conjunto com um grupo de profissionais da Educação Infantil da Rede Municipal de Santa Luzia do Itanhy – SE, iniciou o desenvolvimento de uma tecnologia social voltada para a melhoria da qualidade da Educação Infantil e o desenvolvimento integral da criança, por meio do projeto Synapse Educação Infantil e em alinhamento com a tecnologia social Synapse.

Ao longo desta construção colaborativa da tecnologia social Synapse EI, foram concebidos recursos pedagógicos essenciais para a efetiva aplicação e reaplicação da metodologia, tais como o Caderno Integrado de Planejamento e Pedagógico, os Materiais de Apoio Pedagógico para a Educação Infantil (MAPEIs) e a Cartilha de Reaplicação da metodologia.

Em 2022, a TS Synapse EI iniciou sua primeira experiência de escalabilidade, reaplicando a metodologia nas escolas dos municípios de Campo do Brito, São Miguel do Aleixo, Santa Rosa de Lima e Nossa Senhora de Aparecida. Neste ano, também houve uma ampliação do número de escolas de Educação Infantil beneficiadas pela Synapse EI no município de Santa Luzia do Itanhy. Toda essa experiência proporcionou o aprimoramento das reaplicadoras Lícia Muniz e Nataly Almeida, professoras de Educação Infantil do município de Santa Luzia do Itanhy, as quais tiveram seu potencial revelado durante o desenvolvimento da tecnologia.

O conhecimento e o aprofundamento das reaplicadoras em relação à metodologia foram fundamentais para revelar novos(as) professores(as) com potencial de reaplicadores(as) e, ao mesmo tempo, validar e aperfeiçoar o modelo de reaplicação.

Atualmente, a tecnologia social Synapse Educação Infantil atua em 06 municípios sergipanos, já atendeu a 191 professores de Educação Infantil e, consequentemente, impactou uma média de 2.667 crianças da Educação Infantil na sala de aula.