O Projeto ENSCER – Ensinando o Cérebro
Dentro do contexto histórico de fazer científico que levou ao desenvolvimento da Neurociência, o projeto ENSCER – Ensinando o Cérebro teve início no ano de 1997, quando o professor e pesquisador Armando Freitas da Rocha decidiu aplicar o conhecimento de Neurociência e a tecnologia de mapeamento cerebral, utilizando eletroencefalografia, para melhor compreender a comunicação dos neurônios do cérebro envolvidos com o aprendizado tanto da Linguagem quanto da Matemática.
Início e Desenvolvimento do Projeto
Foi então que, em parceria com a Faculdade de Medicina da USP e da APAE de Jundiaí-SP, deu-se início ao desenvolvimento de um novo método de processamento do sinal eletroencefalográfico para análise da atividade neural em diferentes regiões do cérebro.
Com isso, o projeto ENSCER começou a investigar a organização neural associada a diferentes atividades cognitivas, ou mentais, com o intuito de compreender os processos biológicos físicos subjacentes ao aprendizado do conteúdo escolar de crianças com dificuldades de aprendizagem.
Com base nesse conhecimento, compartilhado com a comunidade neurocientífica acerca do funcionamento neural responsável pelo aprendizado, o projeto passou a desenvolver, de forma conjunta com professores de diferentes disciplinas, atividades pedagógicas e um software educativo dentro de uma metodologia de ensino que contemplasse as dificuldades específicas de cada aluno.
Para isso, o estudo foi focado especificamente no desenvolvimento da leitura e da matemática básica de forma contextualizada e interdisciplinar.
Expansão e Parcerias
A partir de 2001, o projeto ENSCER passa a trabalhar com uma escola particular em Guarulhos-SP, chamada CLIP, que promove a inclusão de crianças com deficiências de aprendizagem.
Em parceria com essa escola, o projeto começa também a acompanhar e auxiliar os professores no atendimento de crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental que apresentam dificuldades de aprendizado em leitura e matemática devido a um quadro de dislexia e/ou discalculia, condições em que a dificuldade está associada à maneira como os neurônios estão se comunicando, sendo necessárias diferentes abordagens de ensino para ajudar o desenvolvimento dessas habilidades.
Então, o projeto passa a desenvolver novas propostas de avaliação e organização das atividades de maneira a auxiliar a criança com dislexia e/ou discalculia dentro da sala de aula.
Além do trabalho relacionado ao desenvolvimento cognitivo, o projeto também acompanhou e investigou a neurofisiologia do comportamento, principalmente em relação à questão da hiperatividade e desatenção, discutindo propostas tanto para adequação quanto para intervenção em busca de um melhor desempenho social e bem-estar individual.
Atuação na Rede Municipal de Educação
Com essa experiência, o projeto começa, no ano de 2003, a também acompanhar e auxiliar a rede municipal de educação de Mogi das Cruzes-SP com reuniões, material impresso e software educativo para uso em laboratórios de informática, oferecendo atividades criadas e organizadas em parceria com profissionais da rede e especialistas do grupo.
Dentro dos contextos descritos acima, o projeto passou a desenvolver materiais e metodologia de ensino que abrangessem diferentes níveis em um mesmo ano escolar (multiníveis), utilizando a contextualização e atividades organizadas de forma a permitir uma maior personalização de acordo com as necessidades individuais de cada criança.
Incorporação ao Projeto Synapse
E, foi no ano de 2010, com o convite feito pelo THP, que na época se chamava IPTI, que o projeto ENSCER foi incorporado ao então chamado projeto Synapse, hoje Rede Synapse, com o intuito de ser reproduzido em parceria com profissionais de Santa Luzia do Itanhy-SE de forma atualizada e contextualizada para a região.
Autoria: Fábio Theoto Rocha
Revisão: Caroline Aparecida de Fátima Tosta